Conheça mais sobre o Programa de Produção Integrada de Sistemas Agropecuários – PISA

22 de junho de 2015

Fabio Pereira Neves, Célio Castello de Souza e Marcos Nunes Costa
O PISA é uma ferramenta desenvolvida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para difusão de tecnologias geradas na pesquisa e adequação do processo produtivo em propriedades rurais, visando à produção sustentável de alimentos seguros e de alta qualidade.

No Rio Grande do Sul, tornou-se um programa de capacitação continuada a produtores rurais, através de um arranjo institucional composto pela coordenação técnica exercida pelas universidades federais (UFPR/UFRGS), o Programa Juntos para Competir (SEBRAE/SENAR/FARSUL) e os parceiros locais (EMATER, prefeituras, associações, sindicatos, indústria), além do MAPA, e aqui em nossa região o Laticínio Stefanello foi o precursor, ao implantá-lo junto aos produtores integrados.

Dentre as principais intervenções técnicas realizadas nas propriedades do programa, os consultores destacam principalmente o planejamento forrageiro aliado a excelência no manejo das pastagens no sistema de pastejo rotatínuo.

O planejamento consiste em organizar a base forrageira da propriedade no espaço e no tempo, evitando que ocorram os vazios em determinados períodos do ano através do escalonamento de plantio de pastagens e rotação de culturas, equilibrando a produção de forragem ao longo do ano. Isto promove boa qualidade forrageira mantendo um controle nutricional, evitando altas quedas na produção e aumento de custos em determinados períodos.

Aliado ao planejamento, o sistema de pastejo usado no PISA é conhecido por “rotatínuo”, que consiste em trabalhar o pastejo rotacionado (piquetes) mantendo o pasto com cobertura de folhas suficiente para aproveitar 100% da radiação solar. Para isso há uma necessidade de rodar os animais mais rápido nas áreas, já que o pasto não fica rapado e em poucos dias está com altura ideal para ser colhido.

Para fazer o controle correto o produtor começa a trabalhar com menos número de piquetes, porém em áreas maiores. O solo fica protegido contra erosão e aliado ao sistema de plantio direto a incorporação de matéria orgânica fica garantida, além disso, o pasto resiste a muitos pastejos, e os animais produzem mais porque colhem partes mais nutritivas e digestíveis de forragem.

Neste sistema, deve-se ter atenção com a quantidade de proteína fornecida via cocho, pois se os animais colherem mais proteína na pastagem, a necessidade de suplementação passa a ser energética.

Outro benefício deste sistema é a redução da necessidade de silagem, já que a pastagem produz bem mais do que pastos trabalhados rapados. Este sistema melhora a fertilidade do solo e faz com que os sistemas produtivos evoluam de forma sustentável, reduzindo o custo em adubação já que os níveis de nutrientes e de matéria orgânica vão se elevando. Desta forma, grande percentual dos custos de produção é direcionado para melhoria do sistema do solo, o que além de elevar a produtividade por animais aumenta a capacidade de suporte das áreas de pastagem e a renda do produtor. A figura abaixo mostra uma régua com as alturas de manejo recomendadas pela pesquisa.


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