Você conhece o rúmen?

26 de maio de 2022

 

O rúmen é um órgão do sistema digestório dos ruminantes, em seu interior, está presente mais de 10.000.000.000.000 de bactérias, fungos e protozoários, esse conjunto de organismos vivos dentro do rúmen, chamamos de flora microbiana, com um pH que pode variar conforme o alimento ingerido.

Chamamos o rúmen de pré-estomago, pois os ruminantes possuem quatro compartimentos, sendo eles, rúmen, reticulo, omaso e abomaso. Depois de ingerir o alimento, o mesmo fica nesse compartimento por um período médio de 30 horas.

Quando o alimento chega nesse local, com a simbiose de micro organismos, começa o processo de digestão dos alimentos.

 

Como garantir um bom ambiente ruminal em vacas leiteiras?

Para manter um pH adequado dentro do rúmen, devemos ter cuidado com o tipo de alimento fornecido aos animais. Para garantir um bom ambiente ruminal em vacas leiteiras, devemos dosar substratos que os animais ingerem, fisiologicamente as vacas leiteiras fazem de 9 a 12 refeições por dia, cada uma com um período médio de 25 a 30 minutos, cabe a nós, organizar o alimento de forma que a cada ciclo de ingestão, o mesmo esteja disponível ao animal.

Quando isso não ocorre, a ingestão de alimentos energéticos em grande quantidade ocasiona uma mudança de pH do meio, podendo causar uma acidose ruminal.

 

Manejos adequados de ingestão de alimentos energéticos

Entre os manejos que podem ser tomados para que não ocorra a ingestão de grande quantidade de substratos energético de uma só vez são: espaço de cocho correto, boa mistura de alimentos energéticos e proteicos, boa qualidade de fibra, cuidar com a sobra do cocho(5%), silagem de boa qualidade, alimento palatável, divisão de tratos (fazer o terceiro trato) em casos de animais a pasto, correta relação concentrado/volumoso.

 

O que esperamos do PH ruminal?

Quando em propriedades que possuem manejo de fornecimento de concentrado somente em duas vezes ao dia, o risco de causar acidose é grande quando comparado com propriedades que possuem o “terceiro trato”. Logo após a ingestão do alimento, o pH chega a 5.4, depois aumenta novamente, e quando possuem o terceiro trato, o pH não passa de 5.8, se mantendo por uma constância durante o dia.

Para garantir uma boa produção de leite, nosso dever é fornecer substrato aos microrganismos do rúmen, só assim teremos a máxima produção. Entre as vantagens do rúmen, as mais importantes são, digestão de fibras, síntese de proteínas (complexo B), detoxificação de compostos tóxicos, aproveitamento de alguns subprodutos (casca de soja, bagaço de laranja) entre outros. E como desvantagem do rúmen, temos algumas percas de energia como eructação, degradação em excesso de proteína verdadeira. Cabe a cada produtor e técnico balançar o melhor manejo para máximo aproveitamento e retorno em produção de cada alimento.

 

Como o alimento sai do rúmen?

O alimento pode ficar até 30 horas nesse compartimento, isso é dependente da taxa de passagem que chamamos de Kp dos alimentos, densidade, para passar pelo orifício reticulo-omasal, ou então a taxa de digestibilidade que é chamado de Kd dos alimentos, exemplo, o Kd do milho em grão úmido é maior que o milho em grão seco.

Para sabermos se o rúmenestá  em boas condições de ruminação, podemos observar a atividade de ruminação, a vaca passa de 8 a 10 horas por dia ruminando, cada bolo regurgitado o animal faz de 30 a 40 mastigação, isso nos indica a qualidade da dieta, mais precisamente a qualidade da fibra. Quando as vacas estão deitadas, podemos contar a porcentagem das mesmas que estão ruminando, esperamos que seja acima de 60%, e devemos ficar preocupados quando for abaixo de 50%.

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