Como fazer uma boa produção de leite?

03 de fevereiro de 2022

 

Para uma boa produção de leite, não podemos esquecer as particularidades que tornam essa atividade rentável, entre as mais importantes, está a nutrição.

Para iniciarmos uma dieta para vacas leiteiras, devemos antes de tudo, saber como está a reprodução, pois dependendo do DEL (Dias Em Lactação) médio do rebanho, podemos incluir mais ou menos ingredientes calóricos na dieta.

Ainda podemos diferenciar a nutrição do rebanho em seis fases, cada uma com suas características específicas. Não podemos esquecer de mensurar a IMS (Ingestão de Matéria Seca), para saber o que realmente os animais estão ingerindo.

O que é importante saber sobre a primeira fase de lactação?

A primeira fase de lactação se inicia no momento da secagem, quando o animal atinge aproximadamente 220 dias de gestação.

Nessa fase, a dieta é apenas para mantença, sem grandes exigências nutricionais, porém não podemos deixar esses animais sem um aporte nutricional para que ocorra a involução da glândula mamária e o crescimento do feto.

Para isso, é interessante que todos os animais dessa categoria recebam alimentação com silagem de milho, ração balanceada, água potável, mineralização e muito conforto térmico.

A segunda fase de lactação é a fase de pré-parto, nesse período iniciamos a adaptação de flora ruminal, para que quando a vaca iniciar a lactação já possua bactérias ruminais capazes de degradar alimentos para seu máximo aproveitamento.

A nutrição nessa fase deve ser diferenciada das demais, esse é um período onde a alimentação dos animais deve ter ingredientes com cargas negativas, uma quantidade maior de ânions comparando com Cátions, chamamos isso de DCAD (Diferença de Cátions e Ânions da Dieta) negativo, chamada também de dieta aniônica.

Para sucesso na dieta dessa fase, esperamos que o pH de urina de vacas Jersey esteja abaixo de 5.8, e de holandesas abaixo de 6.0.

Cuidados que você precisa ter na terceira fase de lactação?

A terceira fase de lactação é a pós-parto imediato, ela vai do momento do parto, até 20 dias. Devemos ter muito cuidado nesse período, pois as vacas precisam de um aporte grande de nutrientes, e sua capacidade de IMS é baixa.

Cuidar com a quantidade de Amido da dieta, não ultrapassar de 25% da MS pois induz a queda de pH ruminal, já que nem todas as vacas tenham uma boa capacidade de absorção de AGVs (Acidos Graxos Volateis) e a capacidade de IMS é baixa, onde não ocorre uma boa ruminação para produzir quantidade adequada de saliva para tamponamento de pH ruminal, podendo causar acidose nessa fase.

A quarta fase é a fase Pico de Lactação. Esperamos que o pico de produção ocorra entre a 4 e 8 semanas pós-parto, isso nos mostra que o manejo está correto e a dieta pré e pós-parto imediato foi eficiente.

Algumas metas nessa fase: % de Amido da dieta, podendo chegar em até 28% da MS, já possui estudos atuais que esse número pode ser ainda maior, uma forma de adensar a dieta, é com gorduras ou Extrato Etereo (EE), esse ingrediente pode ser usado para conseguir um nível maior de energia sem “ocupar espaço” no rúmen do animal, importante salientar que não pode passar de 4.5% da MS.

A quinta fase de lactação é o pico de IMS. Nessa fase devemos intensificar o trabalho reprodutivo, para que todas as vacas saiam dessa fase prenhes. Então, essa fase fica mais fácil de controlarmos a dieta de forma que a vaca já possui uma capacidade de IMS maior em comparação a fase quatro.

Essa é a fase onde os animais são mais produtivos e rentáveis a propriedade, ficando nessa fase por um período de 4 meses.

A sexta fase, e “última”, é a fase onde o animal está em final de lactação, a IMS nessa fase já é menor que a fase anterior, o peso corporal começa a aumentar e a produção de leite diminui drasticamente.

Nessa fase devemos monitorar com cuidado o ECC, para que não passe de 3,75 ao final da mesma. A dieta pode ser parecida com a fase 1, onde os animais tem pouca exigência nutricional para produção, somente para manutenção é crescimento fetal.

 

 

 

 


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